quinta-feira, 9 de abril de 2009

Opinião: Qual a sua primeira impressão sobre o Radioamadorismo?

Olá a quem nos acompanha!

Hoje, lendo uma série infindável de publicações sobre radioamadorismo (em português), me deparei com um fato diretamente ligado a realidade do radioamadorismo dentro do Movimento Escoteiro, a famosa "primeira impressão". Em uma alusão esdrúxula, se a famosa propaganda do desodorante dizia que "a primeira impressão é a que fica", tente voltar no tempo, e rememorar a primeira visão que você teve de um radioamador. Se você é escoteiro, provavelmente foi em um Jamboree ou acampamento, com um senhor sentado em uma cadeira, nem sempre confortável, em frente a uma "trapisonga" eletrônica que emitia uma voz anasalada, voz alta, porém ainda inaudível para os nossos ouvidos destreinados com o SSB e com a péssima qualidade das estações que povoam o Jamboree no Ar.

Vou me perder um pouco, mas com objetivo: Não é segredo para ninguém: O Movimento Escoteiro é o maior celeiro de radioamadores do mundo, de dentro de nossa fraternidade, saem inúmeros radioamadores ano a ano. Fato. No entanto, quantos radioamadores formamos hoje (se é que formamos) e quantos o Movimento formava antigamente? Alguns poderão dizer "é natural, sinal dos tempos, da internet, das facilidades", e geralmente noa acomodamos com essa condição de "grandes formadores", e além de pecarmos na qualidade, ainda pecamos na quantidade.

Agora volto ao tema inicial: Relembre outra situação, se coloque do outro lado dela: Qual a primeira impressão que um jovem terá de nossa atividade ao se deparar com você em sua estação? Como você receberá o jovem? O que o jovem poderá esperar de nossa atividade?

Cito aqui a situação de um amigo, sem citar nome e nem indicativo. Este amigo aguardou anos, mesmo depois de receber a sua licença, a oportunidade de sentar em frente ao rádio, na estação de seu grupo escoteiro (que possuía uma, bem instalada, diga-se de passagem) pois um determinado operador daquela estação tinha um sentimento de "proprietário" dos equipamentos. Ele esperou pacientemente, mas será que todos esperariam?

Vamos ao Jamboree: Em dez anos de atividade initerrupta, e em conversa com amigos que estão em atividade há mais tempo do que eu nos "Jotas", noto sempre um alto teor de aborrecimento, sempre motivado por questões éticas. A Ética radioamadorística, por incrível que pareça, NÃO é a tônica em um concurso Escoteiro, pasmem! O JOTA sempre cai em um conflito de personalidade, antes diziam "O JOTA não é um conteste, o JOTA é o JOTA", frase infeliz, que resume o JOTA a nada, a uma existência contestável, pois se não é conteste, nem segue o ritmo de "field day", o que é? Nada! Não tem propósito algum!

O JOTA, sob o meu singelo modo de ver, é um conteste frequentado por estações escoteiras, que ligam seus velhos "Deltões" uma vez ao ano, em uma antena sem manutenção, e que propagam a falta de ética que existe até mesmo dentro de um movimento que tem a ética como tônica. Ganha o troféu o mais paciente, pra não dizer outra coisa. Afinal, não podemos classificar os atropelos, a falta de respeito pelos segmentos de cada faixa, a péssima qualidade de operadores e de estações participantes como um "bom conteste", e muito menos como um ponto de reunião entre membros de uma fraternidade mundial.

Volto ao início: Se Reclamamos da ética, não olhamos para o radioamador que formamos. "Cursos" e "Seminários" pululam dentro do Movimento Escoteiro, sempre com a mesma temática, com uma visão arcaica sobre a nossa atividade, com ensinamentos direcionados a "passar no exame e ponto final". Já nos seminários, a pauta passa invariavelmente por Jamboree no Ar. Se é com estes ensinamentos que formamos um Radioamador, prestamos um péssimo serviço a nossa própria comunidade. Moldaremos um operador desinteressado, que viverá em um mundo restrito, e que ligará o rádio na sede de seu grupo uma vez ao ano, durante o JOTA, oportunidade única para dar vazão ao parco aprendizado que teve sobre o real sentido do radioamadorismo.

Se você ainda lembra da primeira pergunta que fiz neste texto, eu respondo sobre a minha impressão pessoal: Radioamadorismo é interessante desde que me deixem chegar perto da "trapisonga", desde que me forneçam informações, etc.

Se não deixamos alguém encostar em nossos "preciosos" equipamentos, se resumimos a informação do jovem a um péssimo seminário ou a um curso obsoleto, melhor que não façamos nada. Radioamador é um ser, na teoria, comprometido com o aprimoramento técnico, com a busca de modalidades diferentes, com o conhecimento, com a informação, com novas culturas e idiomas, com atividades constantes (desde que bem conciliadas com suas atividades corriqueiras) e por aí vai.

O Radioamadorismo não tem sentido algum na atual, corriqueira e distorcida filosofia propagada dentro do Movimento Escoteiro, que repensemos nossas posições, que reciclemos os nossos cursos, que possamos dar ao jovem algo mais do que a leitura de um regulamento de conteste em um seminário. E que mudemos o JOTA, o atual "símbolo máximo" de nossas falhas como radioamadores, escoteiros e principalmente, como Radioescoteiros.

Afinal, "a primeira impressão é a que fica", lembrem-se da "cultural" propaganda de desodorante.

Boas atividades a todos!

domingo, 5 de abril de 2009

Loucuras de Radioamador...

Sábado, 4 de Abril de 2009.

Não pense você que se o Jamboree no Ar passou, os Radioamadores do Umuarama também passaram, nós continuamos na ativa, só esquecendo do blog de vez em quando (HI HI).

Neste sábado, uma grande oportunidade nos aguardava. Em e-mail encaminhado ao Coordenador Nacional de Radioescotismo, Ronan Augusto Reginatto - PY2RAR, de Rio Claro - SP, um radioamador de São Paulo oferecia ao Movimento Escoteiro um conjunto de antenas em doação. O Ronan repassou o recado para a lista da Equipe Nacional de Radioescotismo, refletor de e-mails que eu assino, e eu me ofereci para ajudar com as antenas (na retirada, no transporte, na manutenção e no despacho do material), obviamente, contando com a valiosa ajuda do PU2TEA, o meu "companheiro de frias"...

Com o aval do PY2RAR, entrei em contato com o S.João Bregantim, PY2FCM, que passou a lista dos materiais disponibilizados para a doação (1 3DX3 - Electril, 1 Direcional de VHF "home made", uma Antena "J" - Vertical VHF e uma Brasília IV, também vertical para 2m). Em contato com o Filipe - PU2TEA, acertamos o sábado, 10 da manhã, em Cidade Adhemar, bairro localizado na Zona Sul de São Paulo, na divisa com a Cidade de Diadema, e que não conta com uma "boa fama" no quesito segurança.

Partimos de São Bernardo do Campo para um percurso curto, de mais ou menos 8Km, em direção ao ponto de encontro. Filipe guiava uma Pajero TR4, o "carro maior" recomendado pelo Sr.João para o transporte do material. Saímos milagrosamente no horário, e chegamos ao destino, mais milagrosamente ainda, adiantados em exatos dois minutos!

Na porta do QTH (local) já nos esperava o Sr.João, que vendeu a casa onde estavam as antenas, já desmontadas. PY2FCM estava em companhia da senhora que comprou a casa, e que estava ansiosa pela retirada da "tralha"... HI HI

Manobramos o carro, estacionamos em frente a residência, e passamos para a fase dos cumprimentos e apresentações. Nesse meio tempo (algo em torno de cinco minutos), a proprietária entrou na casa para tirar o cadeado do portão maior, que nos daria acesso a garagem, onde estavam as antenas, o que logicamente nos facilitaria o trabalho. Mas, como as coisas estavam indo muito bem, Murphy teria que "dar as caras", e deu!

Quando a proprietária fechou o portão da residência, um "elemento" (pra quem lembra do Gil Gomes) vem descendo a rua, pistola calibre 9mm em mãos, duas coronhadas na minha barriga, mais umas quatro na barriga do Filipe, aos gritos de "só quero o carro, vai logo, vai logo!"... E... Foi-se o carro!

Depois de um assalto, um momento de inércia sempre toma conta das nossas atitudes, e nós logicamente ficamos cerca de um minuto em estado de "perdição" total. O Sr.João, que estava em nossa companhia, e que nada sofreu, também estava na mesma situação. Resolvemos acionar a Polícia Militar, que nos atendeu prontamente. Eu, telefonei para o "velho", e assim conseguimos uma carona para voltar pra São Bernardo (não sem antes conferir as antenas, tim tim por tim tim... HI HI). Já em casa, acionamos o seguro do veículo, e na parte da tarde, fomos ao 43º DP, de Cidade Adhemar, registrar a ocorrência.

Baixas: Celular do Filipe, e uma blusa minha, além dos documentos do veículo. (E Não conseguimos trazer as antenas)

Aventuras e desventuras de radioamadores... Que atire a primeira pedra o radioamador que nunca se meteu em "frias" do tipo, ou de outros tipos, afinal, a Lei de Murphy e o Radioamadorismo andam sempre juntos.

EDITADO: O Carro foi encontrado na última segunda-feira, abandonado em uma rua, e intacto. Pra não dizer que estava "totalmente intacto", roubaram a bateria do automóvel, além da minha blusa e do celular do Filipe.

E como somos Brasileiros e não desistimos nunca: Nova tentativa de retirar as antenas marcada para este Sábado, 11 de Abril. Que tal tentar agora com um patinete? HI HI